sábado, 21 de fevereiro de 2009

Sei Dançar

"Uns tomam éter, outros cocaína.
Eu já tomei tristeza, hoje tomo alegria."
(Manuel Bandeira)

Tampouco tomo éter ou cocaína. Se também já tomei tristeza, também hoje tomo alegria!
Bebo da alegria que desejo lhe trazer. Daquela com que posso lhe cobrir!
Recusá-la seria simplesmente uma penna.

9 comentários:

Tutank Akenaton disse...

Como vai, garoto? Este texto é mais alegre, mais Bernardo. Sabe o que é alegria? Misture éter, clorofórmio e álcool etílico 100%, e terá a alegria mais sorridente do mundo. Russeau define a felicidade como uma conta bancária gorda e uma boa cozinheira. Não posso discordar dele, e por causa mesmo da minha magra conta bancária, eu só posso contar com uma boa cozinheira e um punhado de gases ilícitos.
Ademais... acho que não precisa ser um grande Holmes (meu caro Sherlock) para perceber um toque todo seu neste pedaço de "Libertinagem" do Bandeira.
Não, não gosto de poesia pós-Álvares de Azevedo e tampouco gosto dos modernistas, mas não os desconheço.
Há você, escrevendo, o leitor, fazendo o que mais lhe apraz, que é ler... mas há uma terceira pessoa envolvida. Sempre tem, não é? Esperto o uso do pronome "lhe", já que melhor fica aos ouvidos neste caso quando se poderia colocaar o "-la" ou "-lo" ao final da palavra, menos pedante e repetitivo que o "lhe", mas mais acusativo, por assim dizer.
Texto curto, sem firulas linguísticas demasiadas, com jogos escondidos nas palavras... a alegria pode substituir o nome da pessoa, portanto "recusá-la" poderia ser tanto a alegria, quanto a pessoa. Não, não... mas "alegria" tem o sentido de uma moeda de troca com um terceiro. Logo, se é você quem traz a alegria, não pode recusá-la, pois voc~e já a carrega, logo teria que recusar o outro elemento do texto, que é quem é indicado com o "lhe". Quem você recusaria, Bernardo? Porquê sua mente pensou em recusá-la? Há alguma objeção social por parte do seu grupo social?
Por fim, cobrir alguém de alegria. Bom, este não é o caso de sua família, tampouco de seus amigos. Cobrir, principalmente com alguma emoção, quer dizer algo mais corporal, concreto, se me faço entender.

É, acho que estou lendo muito Conan Doyle e vendo muito Arquivo X. Também já batem as 3 da manhã de um sábado eu já enxuguei duas garrafas de alguma coisa alcoólica. No final das contas, Ber, tendo álcool está bom.

Bernardo disse...

Querido Tutank, eu empreguei o "lhe" porque sou tão formal em meu blog que não me permito usar o "te" com "você", como tão comumente usamos todos os dias, =)
e cuidado, o "lhe" não substitui "lo" nem "la": nestes não há a preposição "a", escondida naquele.
o texto se dirige a uma pessoa, como se eu a tivesse diante de mim (por isso o "trazer", em vez de "levar"), exatamente da maneira como gostaria de ter.
você não imagina o tempo que me tomou esse texto curto, sim, mas com uma firula num aparente erro de digitação, =P
alegria não substitui nome nenhum nem é moeda de troca. é dada! e, se não espero contrapartida, tampouco recusaria nada nem ninguém.
vc precisa sair dessa cultura de massas, Akena. Arquivo X e Conan Doyle! você sabe em que livros, autores e séries buscar mais que isso!
E dispenso o álcool. Pwlo menos até a próxima vez em que tiver oportunidade de mais, =P

Tutank Akenaton disse...

Bom, confesso que fiquei um tanto decepcionado, já que levar alegria a si mesmo fatalmente pode denotar o vício solitário. Entendi o "lo" e "la", você traz a alegria, e "lo" conotaria trazer a pessoa.
Eu estou além das massas. Entender a cultura de massas é entender o mundo, e encolher-se na intelectualidade é fugir do mundo. Entender as massas é entender a etologia natural humana.
Machado só é difícil de ler pelas firulas que ele faz: como suas histórias eram na maioria enfadonhas (ou vá dizer que ler as andanças de Bentinho é muito divertido... para um travesseiro, talvez...), ele se sustenta na psicologia.
Ler Conan Doyle com um dicionário até ajuda um pouco, mas dicionário nenhum ajuda a montar os quebra-cabeças do Holmes.
Além disso, Moreninha, do séc XIX, parece-me um grande marasmo, e me espanto ao ver que a Divina Comédia, do final da idade média, é mais divertido de ler (e olha que eu odeio versos).
Atualmente estou lendo Pé na Estrada, do Jack Kerouac, que é o início de toda uma era de escritas destravadas do modelo europeu elegante de escrita, influenciando principalmente o Bukowski e Bob Dylan, que depois de ler este livro, escapuliu de casa.
Saia um pouco dos brasileiros e portugueses enfadonhos e pegue traduções de Monteiro Lobato de clássicos do Mark Twain e Júlio Verne e Jack London... os romancista brasileiros ficam num regionalismo que não gosto. EM comparação, veja "O Velho e o Mar", do Hemingay. Não existe regionalismo, nem de tradições.

Mas agora me ocorre o que acontece. Não posso criticá-lo (infelizmente), pois o que o apraz é a forma, a técnica, as idéias, e não a história. Para você, não importa um bando de orcs contra um bando maior de goblins, numa trama bem arrumada por reis humanos. Se o comandante de um deles não tem transtorno bipolar ou se recusa a falar tão pomposamente quanto um estudante de direito do século XIX, então não tem diversão. Agora entendeo sua paixão por ler Marx e Freud e Jung e Machado e Millôr. É a forma, não a história, que vem em primeiro lugar á sua mente.
Um intelectual nato, eu diria.

Eu li um conto do Buka onde ele foi ao médico por ter tentado saciar a sexualidade com uma garrafa de vidro, e daí a boca dela quebrou, e sangrou o anexo "minhocomorfo" anatômico do Buka. Buka é minha muleta psicológica, não posso negar.

Agora eu acho que você entende o que eu quis dizer com "Caras como nós". Garotas do terceiro milênio querem Bukas, não Machados. Talvez fora dos lençóis seja o contrário, mas quando a coisa é para valer, é Buka encarnado.

Sem ofensa. Nós dois temos nossos méritos, mas nunca seremos Bukas, e por isso seremos sempre "caras como nós".

Bernardo disse...

cheirou a meia, meu? de onde tirou que a alegria é para mim mesmo? é para uma leitora, e somente para ela.
você não está além das massas, está mais imerso nela do que imagina: será um assalariado, mto provavelmente. logo, massa.
Machado pode ser mto divertido! há uma piada excelente em Quincas Borba, em que um personagem passa por defensor do calote! sensacional!
está mto enganado qdo diz que não me interessa a história. o valor que dou a forma em nada diminui o valor reservado ao conteúdo. tanto que, seu eu não tivesse a respeito de que escrever, nem teria chance de elaborar a forma, =S
e não quero ser Buka. espero ter sempre assuntos melhores que os dele.

Tutank Akenaton disse...

Bom, ttriste notícia para mim: passei no mestrado da USP... meu projeto de mestrado foi aprovado. Eu não sei no que tropecei para chegar lá... q deprimente...

Bernardo disse...

poxa, que merda... aprovado no mestrado, =S
melhor seria uma bolsa-família?

Tutank Akenaton disse...

Sim, deste governo tão legal de esquerda... q tinha marx como livro de cabeceira... de gente q foi estuprada pelo governo militar e agora faz o mesmo com o povo, pq viu que é tão legal que vicia.
Mestrado é muito capitalista, não acha?
Eu não queria pq eu acho um saco trabalhar assim. Eu não tenho vontade de ser um cientista. Eu vou tropeçando e pegando o lugar de outros que seriam mais felizes do que eu. É bom que seja assim, pq enquanto isso outras pessoas vão pegando meu lugar num trabalho que eu gostasse.

Mas não posso reclamar, já que eu estou na melhor da américa latina, né não? Eu tenho que levar em consideração isso, e que eu joguei no lixo toda a minha boa-vontade no ano passado, e agora eu sigo como um zumbi. Porque na inércia eu chego onde muita gente quer, mas planejando, aí é que eu não chego a lugar nenhum, e por isso eu não descartei a possibilidade de tropeçar numa loteria.


Falando da felicidade: já levou a Alegria pra tomar um chopp? Não fica muito lerdo nisso não, senão vc perde... perdeu, playboy, perdeu!

Claire disse...

adorei!!!
tb fiz um

http://www.ventaniamaritima.blogspot.com/




bjao roberta do etapa hehe

LM disse...

O que eh isto?
O que hesito?
o quesito?


hahahahahaha

Poema agradavel e feliz! porém esses são sempre menos estéticos que os tristes!

:*