Apresenta-se menina e menina permanece, até que a conversação abandona a banalidade dos assuntos cotidianos e envereda por recordações amorosas.
O sorriso, aberto e luminoso, cede lugar à figura grave e distinta. Os olhos, antes brilhantes, tornam-se opacos. As sobrancelhas, destacadas quando do sorriso, aproximam-se mutuamente. A menina se converte em mulher, sem que se consiga apontar a mais encantadora.
Ouve, ainda, como a menina, atentas que são as crianças às histórias que se lhes contam. Responde, no entanto, como a mulher, cujos pareceres não revelam senão maturidade e experiência.
As palavras lhe saem meigas, quais as da menina subsistente. Agora, porém, com o prestígio da mulher.
Encerrada a conversa, lembradas as desventuras, a iminência da separação atormenta.
Não se quer se despedir.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
12 comentários:
Hmm. Um tanto obscuro, eu diria...
menina-mulher... tem algo de freudiano nesse texto.
E, sim, a marginal TietÊ engarrafada e chovendo é a estrada para o Inferno.
Não vou dizer, juro que não vou dizer... mas que meus dedos se lhes coçam em picuinhas, ah, sim, da invasão precoce, donde a pena não há de sair.
Gostei do texto, daqui a pouco já pode ganhar o nobel de literatura, do jeito que escreve. Eu não quero o nobel, ser um Best-seller já está de bom tamanho para mim.
Estou tentando prestar atenção nos meus sonhos, mas está ficando cada vez mais difícil de controlá-los.
É a vida, garoto, mas eu não lhe recomendo carpe diem , não, pois essa idéia vem do império romano decadente, quando "salve-se e sobreviva" era a moda.
Saudade dos romanos...
Matar, e porventura morrer
Nem os santos escapam disso
Este é o cume alucinógeno do meu prefácio. Como final, um aquele mundo era, afinal, um mundo onde não valia a pena viver; mudanças, meu pai. Mudanças. O que resta a uns poucos é sentar e chorar. Mas eu não tenho lágrimas.
VocÊ concorda?
obrigado!
qto ao mundo, em que não valeria a pena viver, digo que vale, sim, desde que com a insistência da mudança!
e tenho lágrimas, mas escolho por quem derrubá-las, =)
Eu escolhi não derrubá-las. Meu personagem tb não. Como diz David Bowie (e não Nirvana), i never lost control . Eu procuro fazer os outros derrubarem lágrimas de raiva.
Eu acho que essa vida vale a pena ser vivida. Quem não acha é o narrador do meu texto, que não bebe champanhe com caipiroska. A vida é maravilhosa, dependendo do seu teor alcoólico no momento.
Há uma hora em que tem de desligar os pesadelos noturnos e o choro. Eu fiz isso quando estava na quarta série, quando eu percebi que quem morreu está melhor do que eu, que continuo ficando resfriado e tomando carcada de chefe...
É por isso que eu escrevo... para fugir. O ruim é que estou ficando bom nisso... depois que eu ouvi The man who sold the world , na versão do Bowie, eu vaguei pelo inferno...
Continue escrevendo assim, acho muito legal.
tah certo que nao bebe champanhe com caipiroska. em contrapartida, tampouco pode se lembrar, com risadas, dos apuros a que submeteu os amigos, depois de virar todas, \o/
resfriado e carcada de chefe sao as coisas que mais lhe desagradam na vida? logo se ve que vc nunca ingressou num curso de engenharia, =P
de que vc foge ao escrever? Lucio Cardoso, que nao sei quem eh, escrevia porque nao tinha olhos azuis... eh razao mto melhor que fugir, =P
Oi Bê! Blog conhecido, já apreciado e esperando pelo retorno ansiosamente!!
=D
Conheci Baudelaire. Me apaixonei por "Fleurs du Mal"...
opa! que legal! é um dos livros de poesia mais importantes de todos os tempos! tenho vontade de ler, mas até hoje nunca parei para ler poesia, =S
Hmm..
Andei pensando, e acho que um pouco mais de energia seria bom no colóquio, mas eu nunca faria o mesmo por conta da minha falta de senso perceptivo. Espero ainda que alguém diga Go, phon, GO! Um eterno sonhador, não?
em qual colóquio cairia bem mais energia? não entendi...
essa de "eterno sonhador" é mto Leonardo pra mim (o irmão do Leandro, não o da Vinci,=P)
O colóquio do qual falávamos no caminho de volta daquele beirute superfaturado, donde falava das cousas do seu treinador da musculção, usando o colóquio dele como exemplo de um colóquio calamitoso, enquanto comparava-o com o seu colóquio, e como prosseguiria com a prosa quando de volta à sua cidade maravilhosa, donde nunca deixa de estudar.
Sonhador, eu já deixei de ser há muito, e nunca fui na medida em que Leonardo aceita ser. Porque para ele há sonhos e esperanças. No meu caso, é esperar que algo de fabuloso aconteça, e eis que nunca acontece. Algo como se vier, que bom; senão, tanto faz, pior para mim.
O sonho do Leonardo não é tão profundo quanto minha desesperança.
pois então... o "colóquio" expirou. pode ter sido obra do beirute superfaturado.
nada do que vc esperar acontecerá enquanto vc estiver esperando. vc deve perseguir a menina (abramos o jogo, afinal, que outro algo "fabuloso"?), porém, não a ponto de se trancar com ela num apartamento coberto 24h pela mídia, ok? e cuidado: desesperança é rendimento!
Postar um comentário